Não são
raras as pessoas, que usam determinada droga, dizerem que não ficam viciadas. É
a negação da realidade a que se expuseram, e o desconhecimento da extensão dos
males causados pelas drogas. Viciar é só um dos malefícios das drogas, pois no
organismo outros efeitos são muito mais acentuados e irreversíveis.
Dando
continuidade ao tema das drogas, vou apresentar aos leitores alguns dos efeitos
causados pelas drogas ilicitas mais comuns. (1)
Cocaína
Com o uso da cocaína o coração tende a acelerar, a pressão aumenta e a pupila se dilata. O consumo de oxigênio aumenta, mas a capacidade de captá-lo diminui. Este fator, juntamente as com arritmias que a substância provoca, deixa o usuário pré-disposto a infartos. O uso frequente também provoca dores musculares, náuseas, calafrios e perda de apetite.
Como
a cocaína tende a perder sua eficácia ao longo do tempo de uso, fato este
denominado tolerância à droga, o usuário tende a utilizar progressivamente
doses mais altas buscando obter os mesmos efeitos agradáveis que conseguia no
início de seu uso. Dosagens muito frequentes e excessivas provocam alucinações
táteis, visuais e auditivas; ansiedade, delírios, agressividade, paranoia.
Cada
vez mais o dependente faz de tudo para conseguir a droga, resultando em
problemas sérios não só à sua saúde, mas também em suas relações interpessoais.
Afastamento da família e amigos, e até mesmo comportamentos condenáveis, como
participação de furtos ou assaltos para obter a droga são comuns. A longo prazo
há o comprometimento dos músculos esqueléticos. O uso da Cocaína injetável pode
provocar a contaminação por doenças infecciosas, como hepatite e AIDS, e
infecções locais. No caso daqueles que inalam, comprometimento do olfato,
rompimento do septo nasal e complicações respiratórias, estas últimas também
típicas dos fumantes, incluindo aí bronquite, tosse persistente e disfunções
severas. Gestantes podem ter bebês natimortos, com malformações, ou comprometimento
neurológico.
O
Crack
O
crack derivado da cocaína é cerca de cinco vezes mais potente que a cocaína. O
crack tem sido cada vez mais utilizado, e hoje esta presente em todas as
classes sociais e em diversas cidades do país. Assustadoramente, cerca de
600.000 pessoas são dependentes, somente no Brasil. Tal substância faz com que
a dopamina (um neurotransmissor, precursor natural da adrenalina), responsável
por provocar sensações de prazer, euforia e excitação, permaneça por mais tempo
no organismo. Outra faceta da dopamina é a capacidade de provocar sintomas
paranoicos, quando se encontra em altas concentrações. Mesmo assim, o viciado
acredita que o prazer provocado pela droga compensa tudo isso. Em pouco tempo,
ele virará seu escravo e fará de tudo para tê-la sempre em mãos. A relação
dessas pessoas com o crime é muito maior do que em relação às outras drogas; e
o comportamento violento é um traço típico.
Os
neurônios vão sendo destruídos, e a memória, concentração e autocontrole são
nitidamente prejudicados. Cerca de 30% dos usuários perdem a vida em um prazo
de cinco anos – ou pela droga em si ou em consequência de seu uso (suicídio,
envolvimento em brigas, “prestação de contas” com traficantes, comportamento de
risco em busca da droga – como prostituição, etc.). Quanto a este último
exemplo, tal comportamento aumenta os riscos de se contrair AIDS e outras DSTs
e, como o sistema imunológico dos dependentes se encontra cada vez mais
debilitado, as consequências são preocupantes.
Maconha
A
planta da maconha contém mais de 400 substâncias químicas, das quais 60 se
classificam na categoria dos canabinoides.
O tetra-hidrocarbinol (THC) é um desses canabinoides e é a substância mais
associada aos efeitos que a maconha produz no cérebro, que pode causar
dependência.
Depois
de consumir a cannabis,
a pessoa apresenta alguns efeitos físicos, como memória
prejudicada, confusão entre passado, presente e futuro, sentidos aguçados, mas
com pouco equilíbrio e força muscular, perda da coordenação, aumento dos
batimentos cardíacos, percepção distorcida, ansiedade, olhos avermelhados por
causa da dilatação dos vasos sanguíneos oculares, boca seca e dificuldade com
pensamentos e solução de problemas. As pessoas que fumam maconha também estão
suscetíveis aos mesmos problemas das pessoas que fumam tabaco, como asma,
enfisema pulmonar, bronquite e câncer.
O
consumo prolongado de maconha pode causar danos aos pulmões e ao sistema
reprodutivo.
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